Uma das bebidas universais deste nosso Planeta está ainda mais democrática. Vamos falar-te sobre a inovação por trás da cerveja sem glúten, incluindo os diferentes processos de fabrico, e veremos por que razão as alergias alimentares podem ser a próxima fronteira da indústria cervejeira.
A cerveja é uma das três bebidas mais consumidas do mundo, juntamente com a água e o chá. É igualmente uma das mais democráticas, podendo ser apreciada por pessoas em diferentes pontos do globo, qualquer que sejam as suas raízes culturais, tradições, crenças ou classes sociais.
Ao longo dos séculos, a cerveja foi-se adaptando aos ritmos, tendências e necessidades da sociedade: surgiram novos estilos de cerveja e a bebida aperfeiçoou-se até ganhar a aparência e consistência que hoje conhecemos. Se, no início da comercialização global da cerveja, as principais preocupações prendiam-se em garantir a qualidade do produto – veja-se, por exemplo, o contexto que motivou o crescimento da IPA nos séculos XVIII e XIX –, nos últimos anos a produção de cerveja tem-se focado em chegar a todos os potenciais consumidores.
Mas mesmo todos. Dos que apreciam beber uma cerveja em casa, que têm nas latas e garrafas aliados para preservar todo o sabor da bebida; aos abstémios que há quase um século podem refrescar-se com uma cerveja sem álcool.
A indústria não gosta de ficar parada e os mestres cervejeiros têm tentado garantir que nenhum consumidor fica excluído de apreciar a sua cerveja devido a questões que podem ser resolvidas através da inovação. Como as alergias alimentares. Nos últimos anos, esta preocupação levou ao aparecimento da cerveja sem glúten.
Desenvolvida a pensar nos celíacos, pessoas com intolerância ao glúten, a cerveja adaptou-se para reduzir, ou até substituir, o teor desta proteína ou de outros ingredientes que a contenham. O objetivo? Tornar a cerveja ainda mais universal e propícia a todos os paladares e estômagos.
Em Portugal, existem cerca de 15 mil celíacos diagnosticados. No entanto, segundo a Associação Portuguesa de Celíacos (APC), entre 85 mil e 100 mil pessoas com intolerância ao glúten estão por diagnosticar.
Existem três formas de fabricar cerveja sem glúten a partir da receita tradicional. A primeira substituí os ingredientes originais por outros que, pela sua natureza, não contêm glúten; a segunda passa por utilizar os mesmos ingredientes, mas sujeitá-los a um processo prévio de extração desta proteína; e a terceira é resultado de um passo adicional introduzido no processo produtivo.
Neste último modelo – utilizado, por exemplo, no fabrico da nova Super Bock sem Glúten –, depois da ebulição, o mosto cervejeiro é transferido para as cubas de fermentação nas quais será introduzida a levedura, com o objetivo de converter os açúcares em álcool. É nesta fase que também se adiciona uma enzima especial, responsável por separar e eliminar a natureza potencialmente inflamatória da proteína do glúten, o que reduz a quantidade deste no produto final para níveis praticamente imensuráveis (bem abaixo do limite legal de <20 mg/kg).
Nos últimos anos, vários produtos alimentares foram alterando a sua composição ou fabrico para chegarem a cada vez mais celíacos. Para esta franja da população que não pode ingerir glúten, é já um hábito olhar atentamente para o rótulo dos alimentos e perceber quais os que podem ou não consumir.
A Super Bock sem Glúten, por exemplo, está licenciada com o CGT (Cross Grain Trademark), símbolo internacional reconhecido por todas as pessoas que devem seguir uma dieta isenta de glúten. Alternativamente, basta ler o nome do produto para avançar, sem medos, para o seu consumo.
Reconhecido, na Europa, como símbolo de confiança e garantia para os produtos sem glúten, o CGT (Cross Grain Trademark) ajuda os celíacos e intolerantes ao glúten a fazerem escolhas alimentares seguras e informadas.
Apesar das alterações no modo de fabrico, o mais provável é que os apreciadores de cerveja não sintam qualquer diferença entre o sabor da cerveja sem glúten e o das cervejas tradicionais. Quanto aos cidadãos que ainda não podem saborear regularmente a cerveja devido a impedimentos de outra natureza, não desistam. O histórico de inovação da indústria cervejeira joga a seu favor.
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