Falar em cerveja inglesa é falar do pub de bairro que vende cerveja local, mas também de estilos cervejeiros que se projetam pelo mundo. A cerveja inglesa tem centenas de anos e a sua influência na tradição cervejeira é indiscutível.
India Pale Ale, Porter, Stout. Foi em Inglaterra que nasceram alguns dos estilos cervejeiros mais reconhecidos e reinventados um pouco por todo o mundo. No entanto, falar em cerveja inglesa é também falar de pubs de bairro e de um caráter local muito enraizado. De tal forma que foi preciso chegar ao século XVIII para que esta bebida passasse a chamar-se cerveja - até então, a cerveja inglesa era feita sem lúpulo e chamava-se ale. A popularidade e a disponibilidade dos vários estilos foi variando ao longo dos tempos, mas a influência do Reino Unido e, em particular de Inglaterra, no mundo cervejeiro é indiscutível. Ou não tivesse o Reino Unido um dos maiores números de cervejeiras per capita.
No Reino Unido já era feita cerveja antes da invasão romana, no ano 55 a.C. Há representações e inscrições do século I d.C. que mostram soldados romanos a comprar cerveja e retratam os barões e as entregas de cerveja como parte da vida comum de Londinium (Londres). E depois de os Romanos saírem, no século V, as tabernas romanas foram transformadas em tabernas que vendiam as ale locais. Já nesta época, os pubs de bairro, cujos donos discutem as notícias do dia enquanto bebem cerveja não filtrada, não pasteurizada praticamente à temperatura ambiente, são uma imagem de marca não só de Inglaterra, mas de todo o Reino Unido.
O termo ‘pub’ deriva da expressão ‘public house’, referindo-se ao hábito de algumas pessoas abrirem a sua casa ao público. Ainda hoje os pubs fazem parte da vida e da cultura em Inglaterra, Escócia, no País de Gales, Irlanda do Norte e República da Irlanda.
Durante a Idade Média (500-1500) a cerveja é uma das bebidas mais comuns no território britânico, sendo produzida por monges e em contexto doméstico. As ilhas britânicas são parte integrante da cintura de cerveja da Europa: uma zona onde, historicamente, a cerveja é a bebida alcoólica de eleição. Esta preferência deve-se, em parte, às condições ambientais favoráveis à produção de trigo e cevada.
Em 1066, quando invasores da Normandia derrotam os ingleses, o estilo de vida anglo-normando determina que cada aldeia tenha uma associação de fabrico de ale. Os estilos incluem mild ales, bright ales, welsh ales e ales adaptadas aos momentos mais importantes. Por exemplo, nos casamentos eram feitas ‘bride ales’ (ales das noivas).
Durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), que opõe Inglaterra e França, os soldados recebem uma provisão diária de oito cervejas, o que conduz à expansão da atividade cervejeira para além das casas particulares e dos mosteiros e até às fábricas.
Em meados de 1400 toda a cerveja britânica se chama ale e é feita com água, cereais, ‘gruit’ - uma mistura de várias ervas e especiarias - e levedura. No final do século XV, são introduzidos lúpulos da Holanda e começa a usar-se o termo beer. Mas, mesmo depois da chegada do lúpulo, há relutância em usá-lo. De tal forma que, quando Henrique VIII invade Picardy, no norte de França, o seu capitão se queixa de que não têm escolha senão beber cerveja com lúpulo quando as tropas esgotam a ale. Durante os séculos XV e XVI os ingleses lutam para manter a distinção entre ale e cerveja. Até que, em 1710, uma lei força o abandono do ‘gruit’, cimentando o uso de lúpulo no panorama cervejeiro de Inglaterra: toda a cerveja inglesa passa a ser feita com lúpulo.
Gruit
Precursora do lúpulo, é uma mistura de ervas que era usada no fabrico de cerveja antes do século IX pelas cervejeiras da Europa. A sua composição era variada, podendo incluir dezenas de sabores, incluindo milefólio, urze, zimbro, alecrim do pântano e canela.
Chegado o século XIX, o gin tinha-se tornado uma bebida alcoólica popular. Para promover a cerveja, mais saudável face às bebidas espirituosas, é criado em 1830 o Beer House Act, que reduz as restrições das cervejeiras, facilitando a venda de cerveja. Nesta altura, Stout e Porter são estilos populares, particularmente em Londres. Mas a Pale Ale feita com lúpulo e a India Pale Ale (IPA) vão-se popularizando a par das mild ale, excluindo as cervejas mais escuras e maltadas e influenciando os estilos mais amargos da atualidade. Só em meados do século XX é que as lager se tornam mais populares, marcando uma maior diferença em relação às ale mais tradicionais. Tal como na maior parte do mundo, as lager passam a dominar o mercado.
A tendência para a concentração do negócio cervejeiro determina que os anos ‘70 sejam uma época pouco interessante para a cerveja inglesa, com menos cervejarias e variedade de estilos. No final dos anos ‘80, as chamadas Big Six - as seis principais cervejarias do Reino Unido - produzem 75% da cerveja britância e detêm igualmente 75% dos pubs do Reino Unido. Muitos estilos tradicionais, fermentados no barril onde eram servidos, deixam de ser produzidos. Como reação a esta tendência surgem organizações como a CAMRA (Campaign for Real Ale), que se torna bem sucedida a trazer de volta os estilos mais tradicionais de ale, com fermentação no barril. Atualmente, o número de pubs em Inglaterra está em declínio, mas em 2002 o número de micro cervejeiras começou a aumentar, a par do alívio de impostos dado pelo governo às cervejeiras mais pequenas. Com elas, cresce também o movimento que procura inovar de uma forma menos convencional.
80%
Da cerveja consumida em Inglaterra é produzida localmente.
Tipos de cerveja inglesa
Os principais estilos cervejeiros produzidos em Inglaterra
Estilo criado em 1986 para competir com as lager, que começavam a ganhar popularidade. Tem aroma e sabor ligeiros a lúpulo, pouco malte e álcool por volume de 3,8% a 5%.
Cerveja rica, com forte presença de malte e elevado álcool por volume, que se aproxima do vinho. A versão inglesa tem menor presença de lúpulo que a americana, para equilibrar o malte e o teor alcoólico. Algumas variedades são envelhecidas em barris de vinho.
Foi provavelmente a primeira cerveja britânica aromatizada com lúpulo e, à época, era considerada bastante amarga. De tom acobreado e com bastante malte, é condicionada em barril de modo tradicional. É classificada em função do amargor como standard, special, premium ou ESP (extra special bitter).
Criada no século XVIII em Londres, foi depois levada para a cidade mercante de Burton Upon Trent e é um dos muitos estilos que foram enviados para os expatriados e soldados britânicos na Índia. De cor dourada a amber, tem mais malte e menos lúpulo que a sua familiar dos Estados Unidos.
O termo mild, usado originalmente para designar a frescura da cerveja, evoluiu para um estilo próprio. As primeiras versões eram fortes, mas mais recentemente evoluiu para um ABV de 3% a 4,5%. A brown ale é uma versão mais doce e escura da mild.
Estilo que evoluiu a partir da brown ale popularizada pelos trabalhadores portuários de Londres e foi o primeiro do mundo a ser produzido em massa. Caracteriza-se pela cor castanha, pelo malte com caramelo ou chocolate, textura cremosa e ABV de 4% a 5,5%.
A origem deste estilo remonta a 1700, quando as English Porter eram produzidas para serem enviadas para o ultramar. Foi tão do agrado do czar Pedro o Grande e da corte imperial russa que também se lhe chama Russian Imperial Stout. Com ABV de 8% a 12%, foi recuperada pelo movimento de cerveja artesanal em Inglaterra e nos Estados Unidos.
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