Nascida da adaptação de tipos de cerveja europeus, a escola cervejeira norte-americana foi ganhando novas variantes com a integração de lúpulos e outros ingredientes locais que lhe conferiram um sabor e estilo únicos. Um reflexo do empreendedorismo e inovação a que o país nos habituou e que levou, já no século XX, ao boom das cervejas artesanais.
Se a história dos EUA é feita de empreendedorismo, iniciativa privada e inovação, a indústria cervejeira não foi exceção. Os europeus levaram as primeiras técnicas de produção, mas os sabores adaptaram-se às matérias-primas nativas.
Além dos lúpulos locais, o abeto, milho, seiva de bétula ou até mesmo batata foram alguns dos ingredientes que deram sabores autóctones às cervejas que nasceram no novo continente.
Aos poucos, a cerveja americana seguiu o seu caminho diferenciador e, nos nossos dias, a experimentação e os lúpulos de sabores e aromas frutados são reconhecidos em todo o lado como típicos deste continente.
Dois momentos, separados por 200 anos, ajudaram a cerveja a fazer o seu caminho nos Estados Unidos (EUA). A partir de 1776, data em que o país se tornou independente, alguns produtos britânicos começaram a ser boicotados.
Uma década depois, o próprio George Washington, então presidente, afirmou que não consumia qualquer queijo ou cerveja produzidos fora do país, reforçando esta decisão com a célebre frase: “Já estamos há demasiado tempo sujeitos aos preconceitos britânicos”.
O boicote britânico ajudou a cerveja dos imigrantes alemães a ganhar espaço. À medida que estas comunidades se foram espalhando no Oeste do país, adaptaram os ingredientes locais às técnicas europeias. Aos poucos, as lager substituíram as ale britânicas nas preferências dos norte-americanos.
As cervejeiras tornam-se, então, uma indústria poderosa. Em 1915, eram já 1300 em todo o território, mas a Lei Seca, que começou em 1920 e se prolongou por 13 anos, desfez a prosperidade. Os norte-americanos tiveram de esperar meio século para que o negócio voltasse a inovar e fervilhar. É aqui que surge o segundo impulso presidencial à indústria cervejeira.
Em 1978, o presidente Jimmy Carter legalizou as cervejas feitas em casa, dando início a uma nova era cervejeira nos EUA, que culminou no boom da cerveja artesanal. Entre 1985 e 1997, o número de cervejeiras disparou para as 1396 em todo o país. E não foram apenas a inovação e criatividade que construíram a nova era de sucesso da indústria.
Muitos empreendedores recuperaram receitas antigas e integraram-nas num mercado com consumidores cada vez mais refinados e exigentes, que procuravam novos sabores e ofertas menos mainstream.
A cerveja entrou na sua época dourada e tornou-se um ícone recorrente da cultura americana, dos Simpsons à série icónica Cheers, Aquele Bar, líder de audiências durante os anos 80.
A legalização da cerveja caseira não surtiu efeitos idênticos em todos os estados, devido às leis regionais. No entanto, o espírito empreendedor dos norte-americanos levou à criação de cervejas para todos os paladares e gostos, abrindo o leque de opções no mercado e permitindo até a criação de uma “cena cervejeira” em algumas cidades do país.
Hoje em dia, estima-se que existam sete mil cervejeiras nos EUA — mais do que em qualquer outro país do mundo – e milhares de pessoas a fazer cerveja em casa. As novidades são regulares e desafiam o significado de cerveja e o seu sabor.
É por todos estes motivos que se considera agora a Escola Americana, um autêntico laboratório de experiências, a quarta e mais recente escola cervejeira mundial, a par da Escola Alemã, Belga e Britânica. Razão mais do que suficiente para dizermos: Cheers!
Estilos de cerveja dos EUA
Fica a conhecer alguns dos estilos mais importantes de cervejas norte-americanas.
Adaptada a partir da Pale Ale britânica, a American Pale Ale (APA) é uma cerveja de sabores cítricos, florais ou frutados, próprios das variedades de lúpulos americanos. Muitas vezes surge a questão de como identificar a diferença entre IPA e APA. Tal distinção passa sobretudo pelo uso de ingredientes indígenas, trabalhados com mestria pelos cervejeiros artesanais modernos norte-americanos. A cor da APA varia entre o dourado pálido e o âmbar claro, mas as versões com dry hopping podem ser mais escuras.
Cerveja lupulada e amarga, a American IPA é uma ale limpa onde o lúpulo brilha em todo o seu esplendor, apesar de apresentar uma leve presença de malte que ajuda a equilibrar a cerveja. De cor dourada a cobre, mas sempre brilhante e límpida, a American IPA é hoje uma cerveja diferente daquela apresentada ao mundo em meados da década de 1970.
Distingue-se da IPA inglesa, entre outros, pelo caráter mais saboroso e aromático do lúpulo (erva, pinho e frutas, especialmente cítricas).
Trata-se de uma cerveja tipicamente artesanal com notas de frutos e lúpulos e orientada para o malte. Equilibrada e limpa, é uma cerveja sem sabores agressivos, quase uma versão mais leve do estilo Pale Ale. De cor amarelo claro a dourado profundo, a Blonde Ale tem um caráter brilhante, de espuma branca de baixo a médio volume.
De realçar que é usual, neste estilo, existirem ligeiras variações regionais, fruto dos ingredientes existentes em determinado território.
Cerveja de elevado teor alcoólico (ABV de 8,5% a 12,2%), que deve ser bebida lentamente, a Wheatwine surgiu no final da década de 1980, na Califórnia, a partir de um erro na produção de Barleywine. Na Wheatwine, os sabores de pão e trigo são predominantes.
O malte, o lúpulo, as características frutadas da levedura e o álcool dão à cerveja uma complexidade invulgar. A cor varia do dourado ao âmbar, por vezes com reflexos rubi.
É um estilo vanguardista, que usa a fermentação selvagem e a microbiota do ar ou dos barris de madeira. O seu sabor é único e variável de acordo com a microbiota usada.
Produzida pela primeira vez durante a corrida ao ouro do século XIX, a California Common foi originada por uma fermentação de levedura usada nas lager, mas com a temperatura das ale. Assim, produziu-se uma cerveja com a frescura de uma lager e o corpo robusto de uma ale.
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