Fred Eckhardt, dinamizador da cerveja feita em casa
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Fred Eckhardt, dinamizador da cerveja feita em casa

Na cultura cervejeira americana há um antes e um depois de Fred Eckhardt. Pode um homem, sozinho, galvanizar um setor de atividade e abrir as portas a uma nova geração de cervejeiros, a novas ideias, novos ingredientes e técnicas de produção? Descobre neste artigo.

Oito anos antes de o presidente Jimmy Carter ter assinado a lei H.R. 1337, documento que autorizou a produção de cerveja em casa nos Estados Unidos, já Fred Eckhardt tinha publicado A Treatise on Lager Beers, livro essencial na indústria cervejeira e que ensinou uma geração de norte-americanos a fazer cerveja em casa. Não se conhecesse o resto da vida do jornalista, autor e cervejeiro amador, este feito, por si, já o colocaria na galeria das personagens relevantes da cultura cervejeira: o livro deu origem a uma nova geração de cervejeiros que, durante os anos 1970 e 1980, lançaram diversas marcas artesanais, ajudando a revitalizar o setor. Assim, e fazendo jus às origens germânicas, Otto Frederick Eckhardt foi muito mais do que um mero comunicador, tendo mesmo um papel importante no desenvolvimento da cultura cervejeira americana que hoje conheces.

 

Fred Eckhardt nasceu em 1926 em São Francisco, Califórnia, ainda o proibicionismo vigorava nos Estados Unidos. A primeira cerveja que bebeu, recordou mais tarde, foi uma Ale do tempo da Grande Depressão, produzida em casa pelo seu pai adotivo. Achou-a abominável.

 

Adotado, ainda bebé, por uma família de Everett, no estado de Washington, Eckhardt viveu em várias casas de acolhimento até se alistar no exército norte-americano, com 17 anos. Participou na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Coreia, tendo ganho o gosto pela cerveja quando cumpria uma missão militar em Okinawa, no Japão. Explorou o cardápio cervejeiro local e apaixonou-se pelas Pale Lager, mas foram as cervejas europeias, com as quais tomou contacto pela primeira vez em terras nipónicas, que o deixaram impressionado.

 

De regresso aos Estados Unidos, licenciou-se em Línguas do Extremo Oriente e Literatura, mudou-se para Portland, no estado do Oregon, e teve vários empregos, entre os quais fotógrafo e professor de natação. Foi naquela cidade, também, que começou a fazer a sua própria cerveja, o que, na altura, era ilegal nos Estados Unidos. Tendo a experiência japonesa bem recente na memória, uma das primeiras cervejas que produziu foi a Japanese Rice Lager. Como recordaria mais tarde, teve de ler muitas publicações profissionais e experimentar uma grande variedade de estilos para ter a confiança de partilhar os ensinamentos.

 

Há quem diga que, se hoje a cidade de Portland é conhecida como uma das mecas da cerveja artesanal, muito o deve a Eckhardt. A cidade tem 650 mil habitantes e 300 cervejeiras, o que dá uma média de uma fábrica por cada 2100 pessoas. Nada mau, não achas? 

O Michael Jackson americano

Nos Estados Unidos, nos anos 1970, praticamente toda a informação existente sobre fazer cerveja em casa vinha de Inglaterra. Assim, os mais engenhosos produziam, sobretudo, cervejas Ales. O livro A Treatise on Lager Beers mudou este paradigma e colocou uma geração de cervejeiros norte-americanos a produzir Lagers em casa. Foi Eckhardt, também, que levou a paixão pela cerveja, os estilos e a harmonização ao cidadão comum através da sua coluna no jornal Oregonian, em 1984. “Falta, à maioria das cervejas americanas, uma coisa: gosto”, anotou na primeira crónica.

 

O jornalista, já então com 57 anos, continuaria a educar os consumidores sobre cerveja durante mais de duas décadas. Tornou-se uma cara conhecida dos amantes de cerveja, tendo muitos deles começado a fazer cerveja em casa devido aos seus livros. O aumento da popularidade da cerveja caseira, nos anos 1980 e 1990, e a explosão da importação das cervejas europeias fizeram disparar o número de apaixonados pela bebida. Eckhardt foi uma espécie de “professor” desta nova geração que despoletou a revolução da cerveja artesanal naquele País.

 

Ao longo da sua vida, organizou ainda centenas de eventos sobre cerveja e escreveu para várias publicações, entre as quais a revista All About Beer, que ainda hoje é uma das mais conceituadas e respeitadas fontes de informação, análise de tendências e críticas do mercado cervejeiro. Lançou diversas newsletters que antecederam o aparecimento da Internet, todas com nomes sugestivos: Amateur Brewing, Listen to Your Beer e Talk to Your Beer. O sake era outra das suas paixões. Por isso, além do livro mencionado acima, lançou também: The Essentials of Beer Style: A Catalog of Classic Beer Styles for Brewers & Beer Enthusiasts (1989) e Sake: A Complete Guide to American Sake, Sake Breweries and Homebrewd Sake (1992).

 

Pela forma como dinamizou um setor de atividade económica e o transpôs para o cidadão comum, através dos mass media, Fred Eckhardt foi apelidado de Michael Jackson norte-americano. O que, no mundo cervejeiro, é um grande elogio.

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