O desejo de Charlie em chegar à fábrica onde Willy Wonka produzia os mais deliciosos chocolates moveria, se fosse preciso, montanhas. Na história infantil Charlie e a Fábrica de Chocolates, escrita na década de 1960 por Roald Dahl, a moral é que há coisas bem mais importantes do que chocolate, como as relações humanas. Mas existem outras relações que não lhes ficam assim tanto atrás, como a do chocolate com a cerveja.
As semelhanças entre ambos são muito mais fortes do que o que se poderá antever. A começar pela sua longevidade: a cerveja surgiu antes do chocolate, mas ambos datam mais de mil anos antes do nascimento de Cristo. Reza a História que foi na Mesoamérica, território onde hoje se situa o México, que a civilização olmeca transformou grãos de cacau em chocolate, há mais de 4000 anos. Mais tarde, maias e astecas fizeram do chocolate a bebida do prazer máximo, elevando o seu estatuto social e aumentando a sua popularidade.
Já na era das grandes explorações por via marítima, enquanto as especiarias do Oriente chegavam à Europa, da América Central o cacau surgia como uma delícia insubstituível, capaz de espoletar novas e inusitadas sensações. Com o passar das décadas, o chocolate tornou-se um elemento de glamour entre os membros mais altos da nobreza e da monarquia.
O chocolate não parava de ganhar protagonismo, ao mesmo tempo que a cerveja conhecia novos estilos e sabores. No entanto, a união entre ambos foi completamente inverosímil até ao início do século XIX. Quem quereria juntar duas iguarias em estado líquido, por puro deleite? Em 1828, a invenção da prensa mecânica veio alterar esta convicção. O chocolate passou a conhecer novos formatos, como a clássica barra ou tablete, o que o tornou, pela primeira vez, um possível parceiro de mesa da já antiga cerveja. A partir de então, no bolso ou em bolos, o produto expandiu-se e o mundo conheceu chocolates com diferentes percentagens de cacau, texturas, negros, brancos, com especiarias, frutos ou licores.
Se cruzarmos esta revolução com a evolução constante do universo cervejeiro, as combinações são infinitas. A cerveja passou, inclusive, a entrar em bombons e bolos de chocolate, tal como o sabor a chocolate sobressaiu em vários estilos de cerveja, como são os casos da Porter e da Stout. Mas se pensas que o campeonato dos chocolates apenas é válido para cervejas escuras, este artigo vai revelar-te muitas surpresas. Para começares esta exploração, partilhamos três harmonizações poderosas, que te enriquecem tanto a ti, como ao chocolate e à cerveja.
O perfil refrescante da Pilsner, acompanhado da sua elevada carbonatação, faz-nos pensar que a vida não tem de ser sempre densa, profunda e exagerada. Eis que, embalados por esta leveza e vontade de descomplicar, entramos no domínio dos chocolates de leite, com teores moderados de cacau e elevados de dulçor.
Para melhorar a experiência, há pequenas surpresas pelo caminho, como pedaços de nozes ou de avelãs. Não estás, certamente, perante uma combinação revolucionária, mas, com este par, asseguras um momento terno e simples com o teu chocolate e a tua cerveja. Sem intromissões.
Tipo de harmonização | Complemento
A elevada carbonatação da Pilsner é um óptimo complemento do carácter leitoso deste tipo de chocolates, ao mesmo tempo que atenua o seu sabor a manteiga. Por outro lado, a presença dos frutos secos, como nozes ou avelãs, potencia o sabor a malte da cerveja e confere mais peso ao seu corpo leve.
Entrámos no campeonato do triplo contraste. À primeira dentada no teu chocolate negro com flor de sal, o choque entre o doce e o salgado é evidente – e também guloso. Assim, parar de comer esta tablete será difícil e rapidamente precisarás de companhia. Desafiamos-te a escolher uma Stout para formar um trio.
Embora, pela cor, possas pensar que esta é uma das cervejas mais próximas do chocolate negro, a verdade é que mais facilmente um chocolate de leite se confudiria nos seus aromas e sabores. Nesta combinação, enquanto as notas de chocolate e cacau da bebida entram em fusão com o teu quadradinho, farão um contrapeso imediato com o chocolate negro e a flor de sal.
O chocolate negro tenderá a exigir de forma crescente o toque aveludado da tua cerveja, pelo que neste jogo de contrastes refinados, o difícil será saber quem se evidencia mais.
Tipo de harmonização | Contraste
O amargor suave, o sabor a caramelo e a moderada carbonatação da Stout ajudam a quebrar a intensidade de um bom chocolate negro, e também a limpar a boca para a chegada de mais um quadradinho. Por outro lado, a flor de sal presente no chocolate vai contrastar com o dulçor natural desta cerveja. Os contrastes prosseguem infinitamente nesta relação.
Não sabemos se escolheste primeiro o chocolate ou a cerveja, mas vamos supor que tinhas em casa uma Coruja IPA e que gostarias de um companheiro à altura para o momento da degustação. Podes chamar o teu melhor amigo, claro, mas a prova da tua IPA será ainda mais rica se adicionares a presença de um chocolate negro com cascas de laranja ou limão caramelizadas.
É certo que poderás ter à disposição diferentes IPA (da inglesa à americana, passando pela belga, por exemplo), pelo que importa referir que, embora o amargor do lúpulo seja comum a todas, em algumas ele poderá ser mais acentuado do que noutras. O mesmo se poderá dizer sobre os traços frutados ou, mais especificamente, cítricos que encontrarás na cerveja. Aí poderás jogar com pequenos ajustes entre as notas cítricas e o amargor da tua IPA e a intensidade do sabor a laranja/limão e o teor de cacau do teu chocolate.
Deixamos-te um conselho: quanto mais quiseres arriscar de um lado, mais deverás arriscar do outro. No final terás uma explosão de sabores que vai levar a tua experiência para um novo patamar.
Tipo de harmonização | Semelhança
Se a leve acidez da IPA compensa o lado mais cremoso e adocicado do teu chocolate negro, o amargor de ambos prolonga a sensação do fim de boca. O caráter cítrico tanto da cerveja como, neste caso, do chocolate, entrará numa harmonia quase musical, acentuada pelo toque caramelizado presente em cada um dos lados desta relação.
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