Já ouviste falar em drèche? Sabes o que se pode fazer aos excedentes da indústria cervejeira? E sabias que existem snacks energéticos feitos a partir do que sobra da cerveja? Neste artigo, fica a conhecer o que se recria a partir dos subprodutos da cerveja, tornando-a mais eficiente e amiga do planeta.
Do fabrico de cerveja resultam toneladas de grãos desfeitos que, no fundo, são uma mistura rica em proteínas e fibras, que surge depois da filtragem do mosto. Uns chamam-lhe drèche, outros bagaço, mas a definição é universal: trata-se de um conjunto de resíduos de cereais como a cevada, o trigo ou a aveia, que representa cerca de 85% dos subprodutos da cerveja. Este excedente tem conhecido diferentes formas de aproveitamento, sendo uma das mais recentes a conversão em biocombustíveis. O processo está a ser estudado e desenvolvido em diferentes universidades do mundo, com predominância para os Estados Unidos, gigante cervejeiro e tecnológico. Atualmente, os excedentes têm como destino maioritário os aterros sanitários. O objetivo é reduzir gradualmente esta realidade, de forma a minorar o consumo de recursos do planeta.
A mistura da drèche (em inglês, brewer’s spent grain - BSG) com composto orgânico resulta num ótimo fertilizante para as produções hortícolas, e tem sido amplamente utilizada desta forma. Por outro lado, recentemente, investigadores do Instituto Basco de Investigação e Desenvolvimento Agrícola, em Espanha, desenvolveram um produto natural e valioso para a agricultura a partir dos excedentes da cerveja. O novo produto funciona como um “biodesinfestador”, capaz de limpar os solos de elementos nocivos, como parasitas, e de preservar os microorganismos benéficos ao desenvolvimento de diferentes culturas. A base do produto são os restos dos cereais, que, misturados com esterco bovino e colza, resultam nesta composição promissora.
A ração para animais que resulta da transformação da drèche, trigo e cevada foi um dos primeiros produtos de reciclagem na indústria cervejeira. Consta, aliás, que a inclusão do bagaço de malte nas rações pode contribuir para o aumento da produção de leite pelas vacas, bem como torná-lo mais rico em gordura. As paredes celulares da drèche, particularmente, transportam uma grande quantidade de nutrientes, entre os quais proteínas, que tornam o seu valor indiscutível. Uma forma low-cost e nutritiva de alimentar os nossos amigos ruminantes.
O elevado teor de proteínas e de fibras da drèche despertou o interesse da indústria alimentar. A pergunta foi: e se aproveitássemos o que resta da produção de cerveja para algo que possamos comer? Depois de moído e filtrado, a drèche torna-se num pó que pode ser utilizado como um aditivo que nos faz caminhar com mais energia, tal como acontece nos combustíveis para automóveis. Assim, depois de trabalhada, a drèche permite criar bolachas, pão ou massas (de pizza, por exemplo) com menor valor calórico e maior teor de fibras e proteína. Na Austrália, já existe, inclusive, uma empresa especializada em desenvolver uma farinha premium à base de drèche. Em Portugal, por sua vez, investigadores das universidades do Porto e do Minho também investiram neste mundo do reaproveitamento cervejeiro. Da drèche, criaram o Salt&Dreche, um snack nutritivo, sem corantes nem conservantes, que conquistou o terceiro lugar no Ecotrophelia Portugal, um concurso que distingue os produtos alimentares ecológicos mais inovadores criados por estudantes universitários.
Talvez não estejas à espera desta revelação mas a cerveja já chegou à engenharia de materiais e à construção civil. O pó resultante da drèche tem sido incorporado na pasta cerâmica com que se faz o tradicional tijolo. Resultado? Esta versão evolutiva dos blocos cerâmicos tem uma resistência melhorada, maior eficiência térmica e uma porosidade que beneficia a circulação da água no material. E esta, hein?
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