Em 2019, a indústria cervejeira empregava 23 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo responsável por mais de 500 mil milhões de euros do Produto Interno Bruto (PIB) de 89% dos países produtores da bebida. Quem o diz é a consultora Oxford Economics, que realizou o primeiro estudo global que detalha a pegada da indústria cervejeira na economia e na sociedade.
O estudo é pertinente, mas chegou tarde. Ao longo dos séculos, a cerveja foi responsável pelo crescimento de dezenas de regiões e países de todo o mundo. E não é preciso recuar milénios para encontrar exemplos da importância desta bebida no desenvolvimento económico. Na Europa, são incontáveis os exemplos de aldeias, vilas e cidades que cresceram a partir de um mosteiro, abadia ou fábrica responsáveis pela produção de cerveja.
No nosso país, de acordo com o estudo da Oxford Economics, a indústria cervejeira emprega 53 mil pessoas e contribui com 2,17 mil milhões de euros para o PIB. Em impostos, a indústria pagou perto de mil milhões de euros só em 2019. O estudo destaca ainda o impacto económico da cerveja na área do Porto, onde está localizado o Super Bock Group.
Assim, a indústria cervejeira é responsável por 8,3% da economia e 8,5% dos empregos do Porto. Neste artigo, vamos contar-te a história da Super Bock e de outras cervejas que dinamizam a economia, confundindo-se, por vezes, com o nome da própria cidade que as viu nascer.
“Onde posso beber uma Super Bock?” Os comerciantes do Porto asseguram que esta é uma das perguntas mais feitas pelos turistas que visitam a cidade. E há uma razão para tal. A história do Super Bock Group estará para sempre ligada à cultura e gastronomia da Invicta, sendo hoje uma das inúmeras atrações da cidade.
A origem do Super Bock Group remonta a seis empresas portuenses e uma de Ponte da Barca (Viana do Castelo) que, na segunda metade do século XIX, deram início à industrialização do setor das bebidas na região norte de Portugal. A união destas empresas criou a CUFP (Companhia União Fabril Portuense, desde 2017 Super Bock Group), em 1890. Foi ainda no século XIX, pois, que a empresa começou a investir no Grande Porto, seja na contratação de pessoas, na inauguração e modernização de fábricas, operações de logística e de transportes e na ligação ao comércio e restauração locais. Hoje, percorrer os bares, cafés, cervejarias e restaurantes do Porto é revisitar o passado e o presente da Super Bock.
Além de garantir empregos no Porto e cidades vizinhas - a fábrica de Leça do Balio, em Matosinhos, foi inaugurada em 1964 -, o Super Bock Group é mecenas cultural da Casa da Música e Fundação de Serralves, além de dar o nome ao pavilhão Rosa Mota, hoje conhecido como Super Bock Arena. Neste local, podes ter uma vista de 360 graus da Cidade Invicta, devendo, para isso subir 150 degraus e aceder ao miradouro. Uma boa metáfora do impacto da cerveja Super Bock na Cidade Invicta.
Produzida pela Anheuser-Busch, a Bud é uma das cervejas mais conhecidas e vendidas do mundo e foi fundada em 1852 na cidade de St. Louis, Estados Unidos. Naquela década do século XIX, a área metropolitana de St. Louis (na qual se incluem cidades de dois estados norte-americanos, Missouri e Illinois) contava com apenas 100 mil habitantes. A popularidade da cerveja acompanhou o crescimento da própria área metropolitana. De 1875 a 1881, a Budweiser aumentou a produção de 31.500 para 200.000 barris de cerveja por ano. Em 1907, já produzia 1,6 milhões de barris, e em 1957 tornou-se na maior cervejeira dos Estados Unidos. A área metropolitana de St. Louis, essa, chegou ao milhão de habitantes em 1910, aos dois milhões nos anos 1950 e aos 2,8 milhões em 2020. Pura coincidência ou ajuda mútua?
A Bud faz parte da cultura, do desporto e da identidade da cidade. A equipa de basebol, St. Louis Cardinals, joga no estádio Busch, e os turistas podem visitar a sede da Anheuser-Busch, aprender a fazer cerveja e conhecer os famosos cavalos Clydesdale.
A empresa, que emprega cerca de 6.000 pessoas, rendia perto de 20 milhões de euros em impostos ao município em 2005, o equivalente a 5% do orçamento anual. Em 2007, o impacto total da Anheuser-Busch no estado do Missouri ascendia a 2,5 mil milhões de euros.
Apesar de a Bud fazer hoje parte da multinacional AB InBev, o grupo ainda mantém o investimento local. A fábrica de St. Louis, inaugurada em 1852, continua em atividade. Em 2022, a Anheuser-Busch anunciou um investimento de mais de 45 milhões de euros nestas instalações, aos quais se juntam outros 92 milhões gastos na construção da sede da EverGrain Ingredients, empresa do grupo Budweiser que procura encontrar novas utilizações para a cevada e os seus subprodutos.
A histórica cerveja belga tem as suas raízes na taberna Den Hoorn, que abriu portas em Leuven, na Bélgica, no distante ano de 1366. Depois de passar despercebida durante mais de três séculos - nesse período, chegaram a coexistir 43 fábricas de cerveja em Leuven - a Den Hoorn foi renomeada Brouwerij Artois, em 1717, pelo mestre cervejeiro Sébastian Artois. Ainda assim, tivemos de esperar quase 200 anos para o lançamento da Stella Artois, uma Pilsner produzida para o Natal. Estávamos em 1926 e o sucesso da nova cerveja alterou os planos da empresa, que a tornou na sua principal marca. Resultado: bastou uma década para que se começasse a exportar a Stella Artois para o mercado europeu.
Em 1988, a Brouweij Artois esteve na génese do nascimento da Interbrew, trazendo para Leuven um dos principais grupos cervejeiros globais. A consolidação do mercado cervejeiro entre o final do século XX e o início do século XXI levou a Interbrew a fazer parte da InBev, primeiro, e, de seguida, da AB InBev, que se tornou no maior grupo cervejeiro do mundo em 2008. Apesar das várias fusões entre cervejeiras de diferentes países, a sede da AB InBev manteve-se em Leuven, respeitando a história milenar da cultura belga e a grande variedade de estilos e marcas que garante animação nos cafés e bares desta cidade universitária. Foi, aliás, um professor da KU Leuven (Universidade Católica de Leuven), Johan Swinnen, que cunhou o termo “beernomics”, ciência que estuda o efeito da produção e consumo de cerveja na economia. Estava na cidade e na universidade certas para o fazer.
Ao longo do último século, a Stella Artois contribuiu para a economia e criação de empregos em Leuven, mas também, em conjunto com a universidade, para a pesquisa e desenvolvimento de novas formas de pensar e inovar. Em 2020, a cidade foi nomeada pela Comissão Europeia como a “Capital de Inovação da Europa”: a indústria cervejeira tem parte destes louros.
O nome Guinness confunde-se com a Irlanda e a sua capital, Dublin. Um estudo de 2019 realizado pela Fáitle Ireland, a Autoridade Nacional do Desenvolvimento do Turismo irlandesa, afirma que a Guinness é a principal fonte de notoriedade do país no estrangeiro (38% das respostas). Da mesma forma, 23% das pessoas ouvidas para o estudo garantiram que a visita à Guinness Storehouse, o museu da marca, foi a principal razão para viajarem para Dublin. Com 1,7 milhões de visitantes por ano, a Guinness Storehouse é a principal atração turística da Irlanda, sendo ainda responsável por 10 mil empregos diretos e indiretos e uma receita fiscal de 80 milhões de euros.
Mas a pegada da Stout criada por Arthur Guinness vai muito além do turismo. A empresa impactou a arquitetura, história, economia, cultura e resposta social da cidade. Desde 1790 que a fábrica da Guinness tem sido regularmente modernizada e expandida para acomodar as inovações da indústria cervejeira - por exemplo, a utilização da fermentação contínua.
Na vertente social, desde o século XIX que os trabalhadores da Guinness têm benefícios médicos, educativos e financeiros, incluindo programas de segurança social que anteciparam em décadas o Estado Social europeu. Em 1872, a Guinness começou a construir bairros para albergar as famílias dos trabalhadores e, em 1890, expandiu esta ideia para os habitantes mais pobres de Dublin. O plano, que modernizou uma parte significativa da capital irlandesa, incluiu a construção de blocos de apartamentos, casas de banho públicas, parques infantis e alojamentos para sem-abrigo. Hoje, o The Iveagh Trust mantém-se ativo e é responsável por 1.350 alojamentos em Dublin e subúrbios.
Fundada em 1873 por Adolph Kuhrs (que mudou o sobrenome para Coors), cervejeiro alemão que emigrou para os Estados Unidos cinco anos antes, a Coors Brewing Company foi a mola que impulsionou a pequena cidade de Golden (Colorado), então com 587 habitantes, a crescer 365% em menos de uma década (para 2 730 habitantes). Foi nesta pequena cidade rodeada de montanhas que nasceu uma das mais conhecidas marcas de cerveja do mundo e a 5ª maior cervejeira da atualidade: a Molson Coors Brewing.
A expansão nacional, e depois internacional, da Coors está ligada ao período mais complicado para as cervejeiras norte-americanas: a promulgação do Volstead Act, ou Lei da Proibição, que proibiu o consumo de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos entre 1920 e 1933. No início do século XX, a Coors Brewing Company tinha começado a produzir louça de porcelana e vidro para complementar a oferta cervejeira. Este negócio, ao qual se juntou a produção de leite maltado e de cerveja sem álcool, permitiu à Coors chegar ao fim da Lei da Proibição relativamente intacta. Estava, por isso, mais bem preparada do que a concorrência para atacar o mercado sedento de cerveja a partir desse ano. O crescimento só começou a abrandar na década de 1970.
A Coors beneficiou ainda do facto de ter a maior fábrica de cerveja do mundo, com capacidade para 20 milhões de barris de cerveja por ano. Hoje, Golden conta com 20.399 habitantes (dados de 2020), sendo que mais de 900 trabalham na fábrica da Coors - é quase 5% da população.
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